O governo federal anunciou, nesta quarta-feira (23), o lançamento de uma plataforma inovadora destinada a mapear e listar projetos de economia verde, em alinhamento com as diretrizes governamentais. A nova iniciativa busca conectar investidores e financiadores dos setores público e privado, além de instituições financeiras globais.
O ministro da Fazenda destacou que a plataforma, denominada BIP, tem como meta estimular os investimentos internacionais em economia verde, promovendo um ambiente propício para projetos sustentáveis.
A plataforma irá apresentar projetos que já foram validados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e que receberão um selo de certificação verde, garantindo que estejam em conformidade com o Plano de Transformação Ecológica do Brasil.
“Estamos conectando financiadores a proponentes que possuem projetos inovadores voltados para a transformação ecológica”, afirmou o ministro.
No início, os projetos incorporados na BIP focarão nas áreas de indústria e mobilidade, bioeconomia e energia.
O desenvolvimento da plataforma já havia sido anteriormente anunciado pelo BNDES em fevereiro deste ano. Esta ação é parte de um projeto em colaboração com a GFANZ (Glasgow Financial Alliance for Net Zero), que reúne instituições financeiras de 50 países comprometidas com a transição energética.
Apresentada como resultado de um intenso trabalho de um ano e meio do Ministério da Fazenda, a nova plataforma representa a conclusão da reestruturação do paradigma financeiro brasileiro para investimentos sustentáveis. O ministro enfatizou que esta iniciativa simboliza o início de uma nova fase de investimentos em projetos ambientais e sociais.
“A plataforma combina financiamento e projetos, criando uma conexão entre esses dois elementos, com recursos, inclusive internacionais, para impulsionar a economia verde”, destacou o ministro.
Antes mesmo do lançamento da BIP, iniciativas como o Fundo Clima e o Eco Invest já mobilizaram R$ 55 bilhões em investimentos — R$ 10 bilhões pelo Fundo Clima e R$ 45 bilhões pelo Eco Invest. Esses projetos utilizam recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima para financiar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas no Brasil.
O ministro ressaltou a importância de usar a presidência do G20 e a próxima COP30 para aumentar o intercâmbio entre projetos e potenciais financiadores, ampliando o escopo da plataforma para incluir investimentos em agricultura de baixo carbono.
A ministra do Meio Ambiente acrescentou que uma das principais vantagens da nova plataforma é o selo de confiança que será concedido aos projetos aprovados, garantindo sua compatibilidade com um ecossistema de investimentos alinhado ao plano climático do Brasil. “Estamos identificando quais projetos são coerentes com as diretrizes de investimento sustentável”, afirmou.
O ministro expressou otimismo em relação ao Congresso Nacional, citando a aprovação de projetos como o Combustível do Futuro. “O Congresso irá aprovar o crédito de carbono, e a taxonomia deve ser finalizada até o final do ano”, afirmou, ressaltando a colaboração entre os Poderes para a transformação ecológica.
“Não se pode negar que, em dois anos, após um período de negacionismo, o Congresso avançou significativamente”, concluiu o ministro.